CASAL DA RANHA, Castelo de Paiva - Gênese da Família Souza Soares
- Carmen Souza Soares Reis
- Jul 19, 2021
- 13 min read
Updated: Oct 2
No Capítulo 1 do livro "Souza Soares" falei sobre os nossos ancestrais mais antigos: os pais de JOÃO ALVARES DE SOUZA foram citados como sendo a gênese da família Souza Soares.
Seu pai MANUEL ALVARES era do lugar de NOJÕES em REAL, Castelo de Paiva, filho de GASPAR GONÇALVES e de MARGARIDA ALVARES. Sua mãe ISABEL MANUEL era do lugar da RANHA, em SOBRADO, Castelo de Paiva, filha de outro MANUEL ALVARES e de ISABEL MENDES. (Estes dados constam nas páginas 294 e 295 do livro "Souza Soares").
Pelo que foi dito acima, observa-se que o apelido ALVARES tem origem em dois lugares diferentes:
1 - NOJÕES, na freguesia de REAL, onde nasceu o MANUEL ALVARES que foi marido da Isabel Manuel.
2 - RANHA, na freguesia de SOBRADO, onde viveu a família do outro MANUEL ALVARES que foi pai da Isabel Manuel.

Passou-se um tempo após a publicação do livro e quis o destino que a origem da família Souza Soares fosse conhecida em maior profundidade, através de uma descoberta feita pelo primo Francisco Souza Soares da Gama sobre a família de ISABEL MENDES, moradora no lugar da RANHA, em Sobrado, Castelo de Paiva. Por pura casualidade, ao estudar documentos do Mosteiro de Paço de Sousa para outra finalidade, esse nosso primo deparou-se com referências ao CASAL DA RANHA ligado ao nome de ISABEL MENDES e a diversas gerações da sua família. Resulta que o referido casal era a propriedade que existia no LUGAR DA RANHA da freguesia de Sobrado, pertencia ao Mosteiro do Paço de Sousa e tinha sido a morada de diversas gerações da nossa família desde o início do século XVI.
Passo a relatar o que se descobriu sobre a origem mais remota da nossa família:
Nosso ancestral mais antigo foi PEDRO ANES. Ele pode ter sido bisavô (ou trisavô) de ISABEL MENDES. Seu nome aparece num documento de 1516, em que a Mesa Abacial de Paço de Souza, através do Tabelião Marcos Barbosa, fez-lhe o prazo do CASAL DOS ALVARIGOS ou CASAL DA RANHA, sendo ele “primeira vida”. Naquela data, os pais de Pedro Anes já teriam falecido e ele teria pelo menos 25 anos, o que coloca a data do seu nascimento anterior a 1481. Em 1530 o nome de Pedro Anes aparece novamente ligado ao prazo do Casal da Ranha, mas não se pode ter certeza se este seria o mesmo Pedro Anes mencionado em 1516 ou um filho homônimo.
Como não existem registros paroquiais dessa época, não podemos descobrir quais eram as relações entre os indivíduos que viveram naquela freguesia. O que podemos fazer são inferências a partir do conteúdo dos primeiros assentos paroquiais, que datam do final dos anos 1500s.
Houve um PEDRO ANES casado com ANTONIA FERNANDES, cujos nomes aparecem no assento de casamento de um Domingos Dias, realizado em Sobrado em 1586: eram pais do noivo e “moradores no Casal” (da Ranha). Basta fazer as contas para verificar que não pode tratar-se do mesmo Pedro Anes que nasceu antes de 1481, mas é possível que se trate de um filho homônimo.
JOÃO ANES é o outro nome que aparece nos documentos do Mosteiro de Paço de Souza, como “terceira vida” do prazo do CASAL DA RANHA (pode ter sido NETO do Pedro Anes que foi “primeira vida”, ou então seu FILHO, caso em que sua mãe, cujo nome não é mencionado, teria sido “segunda vida”). João Anes renovou o prazo do CASAL DA RANHA em 1568 Sua mulher ISABEL PIRES viria a falecer pouco depois da renovação do prazo: ela faleceu no lugar da Ranha em 14-12-1571. João Anes e Isabel Pires foram pais de 3 filhos: MARIA GONÇALVES (nossa ancestral), Helena Pires e Antonio Gonçalves.
Em 1568, quando João Anes renovou o prazo do Casal da Ranha, ele repartiu a propriedade. Ficou com ¾ para ele e doou ¼ para sua filha MARIA GONÇALVES, viúva de PEDRO FERNANDES. Como resultado, a nossa ancestral Maria Gonçalves ficou sendo “primeira vida” de ¼ do prazo do Casal da Ranha. A “segunda vida” ficou para sua filha HELENA FERNANDES, nascida em 21-2-1567, que iria casar-se em 5-1-1592 com BELCHIOR MENDES, e seriam pais da nossa ancestral ISABEL MENDES, cujo nome aparece, numa data posterior, como “terceira vida” do Casal da Ranha. O nome de Isabel Mendes foi o “gancho” através do qual o primo Francisco descobriu a ligação dessa propriedade com a nossa família.
Pelo sistema de prazos vigente na época, MARIA GONÇALVES, sua filha HELENA FERNANDES e sua neta ISABEL MENDES detiveram os direitos de ¼ do CASAL DA RANHA, em sucessão hereditária. O Casal da Ranha era propriedade foreira ao Mosteiro de Paço de Souza: os direitos eram cedidos a uma pessoa, mas esta não se tornava proprietária do imóvel e ficava obrigada a pagamentos específicos, que eram feitos em dinheiro, carneiros, cabritos e galinhas... (Ver no final desse artigo a transcrição do documento do Mosteiro de Paço de Sousa.)
A parte maior do CASAL DA RANHA (os ¾ que ficaram para João Anes depois da divisão da propriedade em 1568) tiveram o seguinte destino:
João Anes e Isabel Pires tiveram uma outra filha, Helena Pires (não é nossa ancestral) que se casou em 11-5-1574 com Antonio Fernandes (filho de João Fernandes e possível sobrinho de João Anes). Em 1593, estando Helena Pires já falecida e seus pais também, o viúvo Antonio Fernandes renovou o prazou dos ¾ do Casal da Ranha, sendo ele “primeira vida” e sua filha Helena Antonia “segunda vida”. Esta Helena Antonia veio a casar-se em 13-1-1604 com outro Manuel Alvares (o terceiro, nessa história) e em 1614 tiveram um filho também chamado Manuel Alvares (o quarto, nessa história), a quem a mãe dotou a “terceira vida” dos ¾ do Casal da Ranha em 1650, após a morte do pai.
Tanto o nome de Antonio Fernandes (marido de Helena Pires) quanto o de Manuel Alvares (marido de Isabel Mendes) aparecem com frequência nos assentos paroquiais de Sobrado, em datas diversas, sendo padrinhos ou testemunhas, sempre identificados como sendo “da Ranha”.
A título de curiosidade, voltemos agora à família de João Anes e Isabel Pires. Além da nossa ancestral Maria Gonçalves (viúva de Pedro Fernandes, mãe de Helena Fernandes), eles tiveram mais dois filhos: a já mencionada Helena Pires (casada com Antonio Fernandes, mãe de Helena Antonia), e Antonio Gonçalves, o qual casou-se em 26-6-1574 com Francisca Fernandes, filha de João Fernandes e Joana Gonçalves. Ora, esses mesmos João Fernandes e Joana Gonçalves, que casaram a filha Francisca Fernandes em junho de 1574, já haviam casado dois filhos no mês anterior: seu filho Antonio Fernandes casou-se em 11-5-1574 com Helena Pires (filha de João Anes e Isabel Pires), e sua filha Maria Fernandes, casou-se no mesmo dia com Pedro Fernandes (filho de Pedro Anes e de Antonia Fernandes, portanto, possível irmão de João Anes).
Como vocês podem ver, o assunto é bastante complicado: casamentos na mesma família, nomes repetidos... Os nossos ancestrais de Castelo de Paiva continuam sendo uma fonte inesgotável de informações e questionamentos...
O texto que se segue é direcionado aos que quiserem "corrigir" o Capitulo 1 do livro "Souza Soares" para incluir as informações mais recentes sobre os ancestrais mais antigos. A correção consistiria em eliminar o 1º parágrafo da página 7 – acima da foto da igreja – e substituir pelo texto abaixo:
O concelho de Castelo de Paiva é o berço da família Souza Soares. Ainda existem vestígios da passagem dos nossos ancestrais pela freguesia de Fornos. Ruínas de construções do início do século XVIII ainda se encontram de pé na Quinta de Leirós, que pertenceu a FERNÃO SOARES e que ele passou por dote matrimonial à sua filha LUIZA TEIXEIRA em 10 de janeiro de 1713, quando ela se casou com JOÃO ALVARES DE SOUZA na freguesia de Sobrado.[1] A Quinta de Leirós foi sempre considerada como berço da família Souza Soares, pois permaneceu na posse da nossa família durante cinco gerações, até pelo menos 1900[2].
Na 1ª edição deste livro, já havíamos falado sobre João Alvares de Souza. Ele nasceu em 30 de maio de 1677 no lugar da Ranha, freguesia de Sobrado,[3] era filho de MANUEL ALVARES, do lugar de Nojões, freguesia de Real, e de ISABEL MANUEL, do lugar da Ranha, freguesia de Sobrado.[4] Sua mãe era filha de outro MANUEL ALVARES e de ISABEL MENDES, que também viveram e faleceram no lugar da Ranha.
As informações acabavam aqui, indicando que os nossos ancestrais mais remotos tinham vivido no lugar da Ranha, na freguesia de Sobrado. Alguns anos depois da publicação da 1ª edição deste livro, surgiram novos fatos surgiram que nos permitiram descortinar o passado da família Souza Soares na freguesia de Sobrado.[5]
O nome de ISABEL MENDES aparece como herdeira do prazo do CASAL DOS ALVARIGOS, ou CASAL DA RANHA, na freguesia de Sobrado, em Castelo de Paiva.[6] Percebe-se então que o “lugar da Ranha” que consta dos assentos paroquiais de Sobrado, era o Casal da Ranha, propriedade do Mosteiro do Paço de Souza e morada de diversas gerações da nossa família na freguesia de Sobrado, Castelo de Paiva, desde o início do século XVI.
Na 1ª edição deste livro, com base nos assentos paroquiais disponíveis, citamos Manuel Alvares como nosso ancestral mais antigo com filiação conhecida e o nome de Isabel Mendes foi mencionado como sua sogra.[7] Já agora, nesses documentos do Mosteiro de Paço de Souza, surgiram os ancestrais de Isabel Mendes que viveram no Casal da Ranha, em Sobrado. Podemos agora examinar os fatos numa sequência cronológica, conforme as novas descobertas.
O ancestral mais antigo da família Souza Soares foi PEDRO ANES, provável trisavô de Isabel Mendes. Em 1516, a Mesa Abacial de Paço de Souza, através do Tabelião Marcos Barbosa, concedeu a Pedro Anes o prazo do Casal dos Alvarigos, ou Casal da Ranha, sendo ele “primeira vida”.[8] Ele deve ter nascido antes de 1480 e ainda vivia em 1530, quando seu nome aparece novamente ligado ao prazo do Casal da Ranha. No ano de 1568, numa renovação do prazo do Casal da Ranha, aparece o nome de JOÃO ANES como “terceira vida”. Ele pode ter sido filho ou neto[9] do Pedro Anes que foi “primeira vida” em 1516.
JOÃO ANES e sua mulher ISABEL PIRES[10] foram bisavós de Isabel Mendes. Tiveram uma filha, MARIA GONÇALVES, que foi avó materna de Isabel Mendes. Este nome aparece em outra renovação do prazo do Casal da Ranha feita em 1568, ocasião em que repartiram a propriedade: João Anes e Isabel Pires ficaram com ¾ do Casal da Ranha e doaram o restante ¼ para sua filha Maria Gonçalves, naquela altura já viúva de PEDRO FERNANDES. Portanto, no ano de 1568, Maria Gonçalves, filha de João Anes e Isabel Pires, ficou sendo “primeira vida” de ¼ do prazo do Casal da Ranha, sendo “segunda vida” sua filha HELENA FERNANDES,[11] e “terceira vida” sua neta ISABEL MENDES. Como esse nome já constava da nossa genealogia, o primo Francisco Gama conseguiu imediatamente identificá-lo e assim revelaram-se as gerações seguintes dos nossos ancestrais que viveram no Casal da Ranha, em Sobrado, Castelo de Paiva.
Os registros paroquiais da freguesia de Sobrado não cobrem as datas mais antigas que poderiam revelar todos os parentescos sugeridos pelos documentos do Mosteiro de Paço de Souza. Nos registros paroquiais mais antigos, aparecem os nomes de PEDRO ANES e ANTONIA FERNANDES como “moradores no Casal” (certamente o Casal da Ranha) no assento de casamento de um filho deles datado de 1586.[12] Evidentemente, este Pedro Anes não pode ser o mesmo que nasceu antes de 1480, mas pode ser um filho (ou neto) homônimo. Supondo que eles tenham vivido no ¼ do Casal da Ranha que ficou para Maria Gonçalves, é possível que tenham sido bisavós ou trisavós de Isabel Mendes. Seriam bisavós se tivessem sido pais do Pedro Fernandes que foi marido de Maria Gonçalves, pai de Helena Fernandes e avô de Isabel Mendes. Seriam trisavós se tivessem sido pais do João Anes que foi marido de Isabel Pires, pai de Maria Gonçalves, avô de Helena Fernandes e bisavô de Isabel Mendes.
A parte maior do Casal da Ranha, que ficou para João Anes e Isabel Pires na partição da propriedade em 1568, certamente passou para seus outros filhos (irmãos da nossa ancestral Maria Gonçalves). Os nomes que constam dos registros paroquiais da freguesia de Sobrado como moradores no Casal da Ranha seriam provavelmente parentes nossos. Verifiquei alguns nomes repetidos através das gerações e vários casamentos entre primos, o que torna a genealogia desta família bastante interessante e complicada.
O marido de Isabel Mendes, MANUEL ALVARES, foi uma figura importante na freguesia de Sobrado. Seu nome aparece com frequência nos assentos paroquiais, ora como padrinho, ora como testemunha, sempre identificado como “morador da Ranha”. Ele faleceu viúvo, em 5 de junho de 1681. ISABEL MENDES já era falecida em 30 de julho de 1668, quando sua filha Isabel Manuel casou com outro Manuel Alvares (homônimo do sogro) na Igreja Matriz de Sobrado.[13] Este Manuel Alvares (genro) era natural do lugar de Nojões, freguesia de Real,[14] filho de Gaspar Gonçalves e Margarida Alvares.[15] Por falta de registros paroquiais mais antigos, não podemos investigar a origem do nosso sobrenome Alvares, nem na freguesia de Sobrado, nem na freguesia de Real, mas fica claro que havia de ser importante, pelo que foi conservado na linha varonil até os nossos dias.
Para os que quiserem "corrigir" o Capitulo 1 do livro "Souza Soares": depois do novo texto acima, vem o segundo parágrafo do Capítulo 1 - abaixo da foto da igreja - que continua valendo... E as notas de pé de página:
[1] Assento de casamento a fls.28 v e 29 do Livro de Mistos nº 7 da freguesia de Sobrado, Castelo de Paiva. [2] Ali faleceu em 1900, Rodrigo Alvares de Souza Soares, tetraneto de João Alvares de Souza e Luiza Teixeira. [3] Assento de batismo a fls. 22v do Livro de Mistos nº 2 da freguesia de Sobrado, Castelo de Paiva. [4] Casaram em 30 de julho de 1668 na igreja de Santa Maria de Sobrado (Livro de Mistos nº 2, fls.48v) [5] Numa das suas diligências genealógicas, o primo Francisco Manuel de Souza-Soares da Gama estava a examinar certos documentos do Mosteiro de Paço de Souza quando, por puro acaso, deparou-se com o nome de Isabel Mendes. [6] Mostrador do Mosteiro de Paço de Sousa, Vol. III, p. 193-195 – Arquivo Distrital do Porto – K/18/7-2. [7] Capítulo 1, página 7, primeiro parágrafo. [8] Mostrador do Mosteiro de Paço de Sousa, Vol. III, p. 193-195 – Arquivo Distrital do Porto – K/18/7-2. [9] João Anes teria sido FILHO do Pedro Anes que foi “primeira vida”, se sua mãe tivesse sido mulher de Pedro Anes e “segunda vida” no prazo. Teria sido NETO, se seu pai tivesse sido filho de Pedro Anes e “segunda vida” no prazo. [10] Isabel Pires faleceu em 14-12-1571, poucos anos depois da renovação do prazo do Casal da Ranha. [11] Helena Fernandes, filha de Pedro Fernandes e Maria Gonçalves, nasceu em 21-2-1567 e casou em 5-1-1592 com Belchior Mendes. [12] Domingos Dinis casou com Catarina Fernandes em 8-9-1586. [13] Casaram em 30 de julho de 1668 na igreja de Santa Maria de Sobrado (Livro de Mistos nº 2, fls. 48v) [14] Manuel Alvares nasceu entre 1635 e 1639, coincidindo com o período em que há uma lacuna nos livros paroquiais da freguesia de Real - impossível encontrar o seu batismo. [15] Gaspar Gonçalves faleceu em 31-7-1659 (Livro de Mistos nº 2, fls. 80v) e Margarida Alvares faleceu em 27-1-1682 no mesmo lugar (Livro de Mistos nº 3, fls. 104), ambos moradores do lugar de Nojões, freguesia de Real.
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TRANSCRIÇÃO feita pelo primo FRANCISCO SOUZA SOARES DA GAMA
do teor do documento em que fez a sua descoberta
CASAL DOS ALVARIGOS OU DA RANHA - Freguesia de Sobrado de Paiva
Ano de 1530, trazia este casal PEDRO ANES, com renda de trezentos reis, e um carneiro, e duas galinhas, e a 2ª vida havia de pagar mais um cabrito, por prazo feito no ano de 1516, pelo tabelião Marcos Barbosa.
Depois se partiu este casal, e de tres quartos dele se fez prazo no ano de 1568 que está no Livro ... fls 1 a JOÃO ANES e sua mulher ISABEL PIRES, no qual prazo está a vedoria de todo o casal com renda quanto a estes tres quartos, de duzentos e oitenta reis, e um carneiro, e um cabrito.
Depois, no ano de 1593, se fez prazo destes tres quartos do casal, que está no Livro F fls 111, a ANTONIO FERNANDES, genro de JOÃO ANES, em 1ª vida, e a sua mulher Ana Correa, em 2ª vida, e filho ou filha em 3ª vida, com renda de trezentos reis em dinheiro, em que entram vinte reis de crescença, e um carneiro, e um cabrito.
Falecida Ana Correa, Antonio Fernandes casou 2ª vez com Maria Francisca, a qual também é falecida, possiu seu genro Manuel Alvares casado com Helena Antonia, 3ª vida.
É falecido Manuel Alvares e sua mulher Helena Antonia que era 3ª vida, e está paga a lutuosa, e doou estes 3ª vida do casal a seu filho chamado Manuel Alvares, como seu pai, está pago.
No ano de 1650, aos 22 de Janeiro, se fez prazo a Manuel Alvares, filho de Manuel Alvares e de Helena Antonia, sua mãe, no qual prazo se mete uma leira que o dito Manuel Alvares tinha comprado a Antonio Alvares, morador em Nojões, e dela pagou trinta reis em dinheiro (estes trinta reis se abatem no prazo adiante), a qual saiu da quarta parte deste casal, além da renda acima, lhe lançaram uma galinha de acrescentamento; os prazos com as cláusulas ordinárias de lutuosa, outro tanto como de renda, feito em 1ª vida a Manuel Alvares, em 2ª a sua mulher, e 3ª a um filho ou filha legítimo; tabelião José Pacheco Pereira na Rifana, está o prazo no Livro Q fls 231.
Manuel Alvares Moreira é o que possui esta parte.
Aos 13/01/1764, se deu autoridade a uma escritura dotal que fez Manuel Alvares Moreira e sua mulher a sua filha Eugência para casar com Salvador da Silva. Foi feita a carta por Pedro José da Rocha ou Costa, tabelião em Paiva, 12/03/1763.
PARTE:
Cento e vinte reis, galinha uma. João Moreira e sua mulher 1ª e 2ª vidas, são os que pagam esta renda.
OUTRO QUARTO DO DITO CASAL:
Ano de 1568, se fez prazo do outro quarto do dito casal que está no Livro F, fls. 200, a MARIA GONÇALVES, filha de JOÃO ANES, em 1ª vida, e um filho ou filha de entre ela e seu marido Pedro Fernandes já defunto, em 2ª vida, e que a 2ª nomeará a 3ª com renda de cento e vinte reis em dinheiro, e duas galinhas, e de lutuosa tanto como de renda.
É falecida MARIA GONÇALVES, 1ª vida, possui sua filha HELENA FERNANDES em 2ª, casada com BELCHIOR MENDES, o qual também é falecido, e ficou em 3ª vida sua filha ISABEL MENDES casada com MANUEL ALVARES.
Daqui se abatem trinta reis pela letra que Manuel Alvares, atrás, comprou a Antonio Alvares, a qual leira se meteu no prazo, que se fez ao dito Manuel Alvares, que está no Livro Q fls 231.
Morreu a 3ª vida ISABEL MENDES e se pagou a lutuosa que lhe cabia.
Aos 20/11/1660, se fez o prazo a Antonio Fernandes e a sua sobrinha Maria Manuel, ambos em primeiras vidas, e cada um sua metade da fazenda, marido e mulher de cada um em 1ª e 2ª vidas, filho ou filha de entre ambos em 3ª, com renda de duas galinhas, e cento e setenta reis em dinheiro entrando acrescentamento que foi meio tostão, e tanto de lutuosa como de renda, está o prazo no Livro C, fls 306.
Mariana Alvares e seu marido, 1ª e 2ª vidas, são os que pagam a renda acima.
(Mostrador do Mosteiro de Paço de Sousa, Vol. III, p. 193-195 - Arquivo Distrital do Porto - K/18/7-2)
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