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CASA de REGOUFE - Família Teixeira de Seixas

  • Writer: Carmen Souza Soares Reis
    Carmen Souza Soares Reis
  • Jan 31, 2023
  • 9 min read

Updated: Jun 5


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Antigo brasão de armas da CASA DE REGOUFE DE BAIXO

Esclareço aos que não tiveram a oportunidade de ler o primeiro post sobre a CASA de REGOUFE, que o meu interesse por aquela casa surgiu com a descoberta de um documento de 1856, em que a minha trisavó Dona Anna Victoria de Queirós, viúva de João Teixeira Leite de Azeredo Monterroio, indicou como tutores de seus filhos órfãos, os irmãos JOSÉ DA CUNHA CORREA MONTENEGRO e ANTONIO DA CUNHA CORREA MONTENEGRO, da CASA de REGOUFE em Carvalhosa, "por serem parentes do seu falecido marido e amigos dos seus filhos." Esses dois senhores eram filhos de JOÃO DA CUNHA TEIXEIRA e CECILIA DELFINA CORREA MONTENEGRO e o seu parentesco com o meu trisavô já foi devidamente explicado no meu primeiro post sobre a CASA de REGOUFE.


Repetindo um parágrafo daquele post: "A CASA DE REGOUFE era morada do pai dos irmãos Montenegro, JOÃO DA CUNHA TEIXEIRA (1779-1837), o qual era filho de outro JOÃO DA CUNHA TEIXEIRA (1728-1808), neto paterno de JERÔNIMO TEIXEIRA DE SEIXAS (1674-1746) e bisneto de DOMINGOS FERNANDES (1649-1699) e MARIA DE SEIXAS (f. 1713), todos moradores na CASA DE REGOUFE." Ao escrever esse parágrafo, tive a intenção de salientar que cinco gerações sucessivas daquela família viveram na mesma CASA de REGOUFE.


A leitura do assento de óbito de MARIA DE SEIXAS (bisavó dos irmãos Montenegro) revela que ela era moradora no Lugar de REGOUFE de CIMA e que seu filho JERÔNIMO TEIXEIRA (de Seixas) foi o herdeiro de sua casa. Portanto, a casa em que viveram os descendentes dessa família ficava no Lugar de REGOUFE de CIMA.


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Assento de óbito de MARIA DE SEIXAS - 7 de julho de 1713


No meu post anterior sobre a CASA DE REGOUFE, a questão da propriedade do imóvel ficou em aberto, por falta de maiores informações. Agora já estou em condições de elaborar sobre o assunto, a partir de preciosas informações fornecidas por um amigo que pertence à familia dos atuais proprietários. Para quem não conhece o local, não se trata de uma questão simples. O Lugar de REGOUFE ocupa uma área bem extensa da freguesia de Carvalhosa, e lá houve e ainda há mais de uma casa de moradia. Os antigos assentos paroquiais mencionam inúmeros moradores do Lugar de REGOUFE. Com menos frequência especificam: Lugar de REGOUFE de CIMA ou Lugar de REGOUFE de BAIXO. E mais raramente, mencionam a CASA DE REGOUFE. Fica aqui identificada a principal fonte de mal-entendidos. Na verdade existiram pelo menos duas casas e duas famílias no Lugar de REGOUFE.


A CASA de REGOUFE de CIMA, onde viveu a família dos irmãos MONTENEGRO, desde sua trisavó MARIA DE SEIXAS, seu filho JERÔNIMO TEIXEIRA DE SEIXAS e seus descendentes, eventualmente tocou por herança à falecida Sra. D. MARIA LUÍSA GUZMAN GERALDES DE AZEVEDO E VASCONCELOS (1933-2007). Consta de duas casas gêmeas, que no passado recente foram utilizadas como residência de caseiros e atualmente se encontram vazias, pois já não há quem queira trabalhar a terra.


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Vista aérea da CASA DE REGOUFE DE CIMA (delimitada)

e da CASA DE REGOUFE DE BAIXO (à direita)



A CASA de REGOUFE de BAIXO atualmente pertence aos herdeiros das falecidas senhoras D. MARIA LAURA e D. MARIA LUÍSA GUZMAN GERALDES DE AZEVEDO E VASCONCELOS, filhas que foram do Sr. JOSÉ DUARTE DE QUEIRÓS GERALDES DE AZEVEDO E VASCONCELOS (1898-1968) e de sua mulher D. SARAH DE SOUSA Y GUZMAN (1900-1980). Os herdeiros de D. MARIA LAURA ficaram com a estrutura mais recente e os herdeiros de D. MARIA LUÍSA ficaram com a estrutura do século XVII, cuja história tentarei relatar a seguir.


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CASA DE REGOUFE DE BAIXO - estrutura recente ao centro e estrutura antiga à direita


A foto acima ilustrou o meu primeiro post sobre a CASA de REGOUFE. Ao centro, aparece a estrutura mais recente, construída provavelmente no fim do século XVIII, ou pouco depois que os GERALDES do Morgado de Penidos uniram-se por casamento à família desta casa. A estrutura mais antiga, do século XVII, aparece à direita da mesma foto.

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CASA DE REGOUFE DE BAIXO (estrutura do século XVII)


A FAMÍLIA DA CASA DE REGOUFE DE BAIXO


O Capitão SIMÃO CARVALHO TEIXEIRA (falecido em 1668) foi identificado como o proprietário mais antigo dos terrenos do lugar de REGOUFE. Ele era casado com LEONOR PINHEIRO DE SEIXAS (1599-1645), da Quinta do Paço de Carvalhosa, filha de FELIPE TEIXEIRA DE SEIXAS e de ANTONIA PINHEIRO, senhora da Quinta do Paço de Carvalhosa. O pai dessa Leonor era irmão de Lopo Teixeira de Seixas, da Casa de Vila Nova em Castelões, ancestral da Família Teixeira Leite. Os descendentes desse casal continuam sendo os proprietários da CASA de REGOUFE, o que significa que essa bela casa senhorial permanece na mesma família há mais de 350 anos!


A família da CASA de REGOUFE de BAIXO teve início com o casamento de uma filha do casal acima mencionado: MARIANA TEIXEIRA DE SEIXAS (1635-1698) casou-se em 1667 com ROMÃO DE MATOS (1634-1699), da CASA DO EIDO de Carvalhosa. O assento de óbito de Mariana reza que "nada foi cobrado pelo seu sepultamento, por ter sido seu pai quem doou a terra para se fazer a igreja". Efetivamente, a atual igreja de São Romão de Carvalhosa fica bem na entrada dos terrenos da CASA DE REGOUFE, confirmando que o Capitão SIMÃO CARVALHO TEIXEIRA foi proprietário daqueles terrenos.

A genealogia dessa família foi publicada na obra "Carvalhos de Basto" em duas diferentes seções do Cap. II :

§ 15º parte A - CASA de REGOUFE de BAIXO, na Carvalhosa (Marco de Canaveses) - começa em 1667 com o casamento de MARIANA TEIXEIRA DE SEIXAS e ROMÃO DE MATOS e cobre as quatro primeiras gerações da família.

§ 45º - CASA de REGOUFE, em São Romão da Carvalhosa (seção conjunta com Morgado de Penidos, em Sobretâmega, Marco de Canaveses) - começa em 1788 com o casamento de JOSÉ DUARTE TEIXEIRA DE CARVALHO E MATOS (de Regoufe) e D. MARIA GERALDES DE AZEVEDO E VASCONCELOS (de Penidos) e cobre toda a sua descendência até os dias de hoje.


A linha genealógica da família da CASA DE REGOUFE DE BAIXO cobre mais de 300 anos e vai desde o casal MARIANA TEIXEIRA DE SEIXAS e ROMÃO DE MATOS até os atuais proprietários, que são netos do Sr. José Duarte de Queirós Geraldes de Azevedo e Vasconcelos, mencionado acima.


- MARIANA TEIXEIRA DE SEIXAS (1635-1698) e ROMÃO DE MATOS (1634-1699)

- JOSÉ DE MATOS TEIXEIRA (1677-1754) e ANGELA COELHO DE MATOS (1680-1746)

- ISABEL MARIA TEIXEIRA DE CARVALHO E MATOS (1716-1789) e JOSÉ DUARTE DE MATOS (1717-1790) - primos em 3º grau

- JOSÉ DUARTE TEIXEIRA DE CARVALHO E MATOS (1752-1826) e MARIA GERALDES DE AZEVEDO E VASCONCELOS (f. 1833)

- ANTONIO JOSÉ GERALDES DE QUEIRÓS DE AZEVEDO VASCONCELOS (1790-1875) e FRANCISCA TEIXEIRA NASCIMENTO (f. 1873)

- JOSÉ DUARTE GERALDES DE QUEIRÓS DE AZEVEDO E VASCONCELOS (1832-1880) e ADELAIDE SOFIA DE ALMEIDA PEIXOTO

- ANTONIO GERALDES DE ALMEIDA PEIXOTO DE AZEVEDO E VASCONCELOS (1876-1906) e MARIA DA NATIVIDADE DE QUEIRÓS MELO E CASTRO XIMENES SANDOVAL E VARGAS

- JOSÉ DUARTE DE QUEIRÓS GERALDES DE AZEVEDO E VASCONCELOS (1898-1968) e SARAH DE SOUSA Y GUZMAN - pais de D. Maria Laura e D. Maria Luísa Guzman Geraldes de Azevedo e Vasconcelos, cujos filhos são os atuais proprietários.


UMA NOTA DA GENEALOGISTA

Durante mais de 20 anos de pesquisas, acumulei uma respeitável base de dados que inclui muitas famílias de Carvalhosa. Encontrei nos meus dados: "MARIA (2ª do nome) batizada em 11-4-1635, filha de Simão de Carvalho Teixeira e Leonor Pinheiro de Seixas". E outra entrada sobre o mesmo indivíduo: "MARIA (Teixeira) DE SEIXAS, viúva de Domingos Fernandes, falecida em 7-7-1713, mãe de Jerônimo Teixeira de Seixas". Todos os filhos do casal Simão de Carvalho Teixeira e Leonor Pinheiro de Seixas constam dos meus dados, sendo que duas filhas do casal aparecem sem data de batismo: "Mariana Teixeira de Seixas casada com Romão de Matos" e sua irmã Margarida Teixeira de Seixas.

Lamentávelmente, os meus dados não coincidem com o que foi publicado no § 15º de "Carvalhos de Basto", onde essa mesma filha MARIA (2ª do nome) batizada em 11-4-1635, foi identificada pelos autores da obra como sendo a MARIANA, apesar do registro de btismo não deixar dúvida que o nome é MARIA, como pode ser visto na imagem abaixo.


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Em vista da versão oficial publicada em "Carvalhos de Basto" - com a qual não concordo - a MARIA DE SEIXAS (da Casa de Regoufe de Cima) ficou sem filiação conhecida. O único outro documento que poderia conter os nomes dos seus pais seria o assento do seu casamento com Domingos Fernandes, que não consta nos livros paroquiais. Seus filhos constam como legítimos, mas não encontrei o casamento dos pais. A leitura do assento de batismo de MARIA e o fato de seus filhos terem usado o apelido TEIXEIRA DE SEIXAS reforçam a minha posição contrária à versão oficial publicada.


A minha ferramenta de trabalho é a Genealogia. Estudo laços de família a partir de documentos antigos que sobreviveram até os nossos dias. Através dos meios que estão ao meu alcance, ainda não consegui comprovar um possível parentesco da família dos atuais proprietários da CASA de REGOUFE de BAIXO (que descendem de MARIANA TEIXEIRA DE SEIXAS) com a família dos ancestrais dos irmãos Montenegro, da CASA de REGOUFE de CIMA (que descendem de MARIA DE SEIXAS). Mesmo assim, continuo a acreditar na hipótese do parentesco entre MARIANA TEIXEIRA DE SEIXAS e MARIA DE SEIXAS, apesar da filiação de MARIA não constar de nenhum outro documento além do seu assento de batismo. Infelizmente, esse documento foi interpretado por outros estudiosos como sendo o batismo de MARIANA.


Hoje em dia toda a área do REGOUFE pertence à mesma família e as denominações REGOUFE de CIMA e REGOUFE de BAIXO são apenas indicadores geográficos. Mas no passado não era assim. Todo o lugar do REGOUFE era propriedade do Capitão SIMÃO CARVALHO TEIXEIRA e tudo indica que ali vivessem todos os seus descendentes, mesmo que houvesse diferença entre as posses e o status social das famílias que viviam nas duas casas.


A minha hipótese de parentesco fica reforçada pelo assento de batismo apresentado acima e pelo fato dos filhos da MARIA DE SEIXAS terem usado o apelido TEIXEIRA DE SEIXAS. Eu não poderia ficar indiferente a esse apelido, que é um dos mais antigos da Casa de Vila Nova em Castelões, onde nasceu o meu trisavô João Teixeira Leite de Azeredo Monterroio. Na verdade, o apelido TEIXEIRA do meu trisavô vem da Casa de Vila Nova, e o apelido TEIXEIRA da família do Regoufe vem do Capitão SIMÃO CARVALHO TEIXEIRA. O parentesco dessa família com os meus ancestrais de Vila Nova vem pelo apelido DE SEIXAS, da LEONOR PINHEIRO DE SEIXAS, que era filha de FELIPE TEIXEIRA DE SEIXAS, irmão do meu ancestral LOPO TEIXEIRA DE SEIXAS, que foi Senhor da Casa de Vila Nova.


Permanece o mistério dos TEIXEIRA DE SEIXAS do Regoufe. A questão fica em aberto.



BRASÃO DE ARMAS


A foto abaixo representa o antigo Brasão de Armas que adornava o teto da parte antiga da CASA DE REGOUFE DE BAIXO, que foi retirado durante uma reforma e transformado em quadro. Trata-se de um belíssimo brasão esquartelado, encimado por um elmo e um animal, cujo significado permanece um enigma. Submetido à apreciação de um grupo de Heráldica do Facebook, recebeu interpretações parciais e contraditórias. Para complicar ainda mais o assunto, as armas dessa família estão representadas numa pedra d'armas que repousa partida, no alto da escadaria de entrada da parte nova da CASA DE REGOUFE. Essa pedra partiu-se de tal forma que o brasão foi separado do elmo que o encimava. O brasão pintado e a pedra d'armas deveriam refletir as mesmas armas, mas o fato é que apenas os elmos correspondem mas os dois brasões não são idênticos!


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Antigo brasão de armas da CASA DE REGOUFE DE BAIXO



Esse brasão é uma peça fantástica e eu lamento que até agora não se tenha chegado a uma conclusão definitiva sobre os seus símbolos. A única opinião unânime dos conhecedores de Heráldica que examinaram a foto foi "PEREIRA no 2º quartel" embora eu não tenha encontrado nenhum Pereira na genealogia dessa família. Um deles sugeriu que o 3º quartel poderia ser QUEIRÓS mal representado, o que faz sentido. Apenas um deles identificou corretamente a presença das armas dos GERALDES no 4º quartel e o fez de maneira magistral!


Aqui estão as sugestões do grupo de Heráldica (citações em itálico e entre aspas):

I - Ninguém soube identificar. Um sugeriu: "o 1º quartel corresponde ao 4º na pedra".

II - PEREIRA.

III - QUEIRÓS "mal representado".

IV - GIRALDES. "Eram morgados de Penidos, onde se pode ver esta pedra de armas, e remontam a Júlio Giraldes, juiz em final do século XIV, que está enterrado em Vila Boa do Bispo com as mesmas armas. Tem a particularidade de ser o único escudo de Giraldes que conheço com as cores originais. Os outros são em pedra. É por isso um documento único destas armas."


Duas opiniões concordam com a representação do apelido CUNHA:

1) "o Leão na Crista do Elmo indicam que as Armas são uma variante dos CUNHA-CastelBranco."

2) "o Leão em Azure no 3º quartel indica CUNHAS de Fajoses/Antanhol, ou CastelBrancos."


O apelido CUNHA aparece em JOÃO DA CUNHA TEIXEIRA (filho de JERÔNIMO TEIXEIRA DE SEIXAS e BRIGIDA DA CUNHA MONIZ) da CASA de REGOUFE de CIMA. Não encontrei esse apelido na genealogia da CASA DE REGOUFE DE BAIXO.


Chamo a atenção para um detalhe: um apelido da CASA de REGOUFE de CIMA representado no brasão de armas da CASA DE REGOUFE DE BAIXO é uma clara indicação da existência de parentesco entre os moradores das duas casas!


Como até o presente momento esse mistério ainda não foi esclarecido, qualquer esclarecimento será benvindo!


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Carmen Souza Soares Reis

11 Outubro 2024


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