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CASA do RIBEIRO e QUINTA do EIRÔ - Família Teixeira Leite

  • Writer: Carmen Souza Soares Reis
    Carmen Souza Soares Reis
  • Aug 15, 2021
  • 13 min read

Updated: Apr 3


ORIGEM DA FAMÍLIA TEIXEIRA LEITE


A família TEIXEIRA LEITE teve início com o casamento de JOÃO TEIXEIRA LEITE DE AZEREDO MONTERROIO e ANNA VICTORIA DE QUEIRÓS em 31-5-1836 na igreja do Mosteiro de Mancelos. Seu casamento não foi realizado em Castelões (freguesia do noivo), nem em Real (freguesia da noiva), nem foi assistido pela família da Casa de Vila Nova (do noivo), nem pela família da Casa da Botica (da noiva). As únicas testemunhas desse casamento foram o pai da noiva e o sacristão: uma circunstância inusitada que sugere uma história igualmente inusitada...


Meu trisavô JOÃO TEIXEIRA LEITE DE AZEREDO MONTERROIO já foi citado no post sobre a CASA DE VILA NOVA em Castelões. Aquela propriedade pertenceu à sua família desde muitos séculos passados, e continua pertencendo, agora aos primos do ramo Lencastre. Meu trisavô era filho primogênito e herdeiro natural da casa de seu pai, BERNARDO ANTONIO JULIO TEIXEIRA MONTERROIO. Acontece que este não aprovou o casamento do seu filho primogênito com a moça ANNA VICTORIA DE QUEIRÓS, filha do farmacêutico Dr. Antonio Coelho de Magalhães Queirós. Seu desagrado foi expresso através da modificação do seu testamento, ao qual ele acrescentou uma cláusula através da qual deserdava o seu filho primogênito da propriedade mais valiosa da família. BERNARDO ANTONIO JULIO TEIXEIRA MONTERROIO, Morgado da Casa de Vila Nova, faleceu em 14-11-1836, cinco meses após a realização do casamento que causou o seu desagrado e o levou a deserdar seu filho primogênito. Se ele tivesse vivido mais tempo, quem sabe, o destino dessa família poderia ter sido diferente. Poderia ter havido uma reconciliação, poderia ter havido outra modificação do testamento, as possibilidades são muitas. Mas nada disso aconteceu e o herdeiro natural da Casa de Vila Nova ficou apenas com a sua herança materna.


JOÃO TEIXEIRA LEITE abreviou seu nome para dar ênfase ao seu sobrenome materno, que garantiu-lhe a posse da QUINTA DO EIRÔ em Castelões e da CASA DO RIBEIRO em Oliveira. Pelo falecimento de sua mãe MARIA JOSÉ LEITE DE MAGALHÃES MOREIRA CAMELLO em 15-3-1821, João tornara-se herdeiro das duas propriedades do seu avô materno, JOÃO LEITE CABRAL DE MAGALHÃES E VASCONCELLOS.


A QUINTA DO EIRÔ foi hernaça paterna de JOÃO LEITE CABRAL DE MAGALHÃES E VASCONCELLOS. Pertenceu à família de seu pai CRISTÓVÃO ANTONIO LEITE CABRAL, cujos avós maternos ANTONIO FERNANDES e CAMILA LEITE CABRAL viveram naquela quinta nos anos 1600s. O sobrenome LEITE aparece com frequência nos primeiros registros paroquiais de Castelões de Recesinhos, em moradores da QUINTA DO EIRÔ.  


A CASA DO RIBEIRO foi herança materna de JOÃO LEITE CABRAL DE MAGALHÃES E VASCONCELLOS. Pertencera à família de sua mãe MARIA JOSÉ LEITE DE MAGALHÃES MOREIRA CAMELLO desde o final dos anos 1500. Era propriedade da família BALDAYA, da mulher de um tio de JOÃO DE MAGALHÃES COUTINHO, da Quinta do Paço de Soutelo. Por testamento conjunto de dois filhos desse tio, a CASA DO RIBEIRO foi legada à filha de João de Magalhães Coutinho, ANTONIA RAFAELA DE MAGALHÃES E VASCONCELOS, e a seu filho JOÃO LEITE CABRAL DE MAGALHÃES E VASCONCELLOS. (No fim desse artigo encontra-se uma cópia do testamento dos irmãos Baldaya).




CASA DO RIBEIRO - Oliveira, Amarante


A CASA DO RIBEIRO foi uma bela casa solarenga, no estilo do século XVII, com torre e capela própria, dedicada a Santo Antonio. Estive em Oliveira para visitar o que restou desta casa onde a família Leite viveu desde 1775 e onde o meu bisavô Bernado Augusto Teixeira Leite vivia antes de emigrar para o Brasil. Encontrei ruínas que revelavam um abandono de mais de um século. A estrutura de pedra estava lá, sendo a fachada da capela a parte melhor preservada. Numa segunda visita que fiz a Oliveira, me informaram que os atuais proprietários planejavam restaurar a casa. Felizmente, hoje já conseguiram seu intento. A obra de restauro foi uma bela empreitada, especialmente no que se refere à capela. A família Teixeira Leite perdeu a propriedade da Casa do Ribeiro, mas guardou com carinho alguns artefatos e alfaias da Capela de Santo Antonio, onde Maria José Leite de Magalhães Camello casou-se com Bernardo Antonio Julio Teixeira Monterroio em 1811. Estes objetos hoje pertencem a descendentes do meu tio-avô Torquato Brochado de Souza Soares.


    Capela da Casa do Ribeiro, ainda em ruínas
Capela da Casa do Ribeiro, ainda em ruínas
Capela da Casa do Ribeiro, depois da obra de restauro
Capela da Casa do Ribeiro, depois da obra de restauro

A CASA DO RIBEIRO entrou na família dos nossos parentes da Quinta do Paço de Soutelo em 1672, com o casamento de JOÃO ARANHA DE MAGALHÃES e JOANA BALDAYA BELIAGOA. Joana foi herdeira da casa da sua familia materna, onde viveram quatro gerações anteriores à sua, desde o século XVI.


JOÃO ARANHA DE MAGALHÃES era tio-avô da nossa ancestral ANTONIA RAFAELA DE MAGALHÃES E VASCONCELLOS mencionada acima. Era irmão do seu avô paterno, GASPAR DE MAGALHÃES COUTINHO. Ambos eram filhos de JOÃO TEIXEIRA DE MAGALHÃES COUTINHO e ANA DOS BANHOS ARANHA. João Aranha de Magalhães casou-se com Joana Baldaya Beliagoa em 1672 e viveram na Casa do Ribeiro durante mais de 40 anos. Ambos ali faleceram, ele em 1715 e ela em 1736. Tiveram vários filhos, entre os quais HENRIQUE BALDAYA de MAGALHÃES e ANNA MARIA BALDAYA de MAGALHÃES, que herdaram a casa de seus pais. Como nenhum dos dois tinha herdeiros necessários, fizeram testamento conjunto em 1776 (vejam a cópia do testamento no fim desse artigo), pelo qual legaram seus bens à sua sobrinha-neta e afilhada ANTONIA RAFAELA DE MAGALHÃES E VASCONCELLOS e ao filho dela, JOÃO LEITE CABRAL DE MAGALHÃES E VASCONCELLOS, que se casara em 1775 e já morava na Casa do Ribeiro desde solteiro.


JOÃO LEITE CABRAL DE MAGALHÃES E VASCONCELLOS, filho primogênito de CRISTÓVÃO ANTONIO LEITE CABRAL e ANTONIA RAFAELA MENDES DE VASCONCELLOS, nasceu na Quinta do Eirô em 1742. Casou-se com ANA TOMASIA MOREIRA CAMELLO DE SOUZA em 1775 e continuou a viver sempre com seus tios-bisavós Henrique e Ana Maria Baldaya de Magalhães na Casa do Ribeiro. Os 6 filhos do casal nasceram naquela casa entre 1776 e 1783. Nossa ancestral MARIA JOSÉ LEITE DE MAGALHÃES MOREIRA CAMELLO nasceu na Casa do Ribeiro em 1782 e ali casou-se em 1811 na Capela de Santo Antonio com BERNARDO ANTONIO JULIO TEIXEIRA MONTERROIO, morgado da Casa de Vila Nova em Castelões, onde foram viver. Com a morte de JOÃO LEITE CABRAL DE MAGALHÃES E VASCONCELLOS em 1814, a Casa do Ribeiro passou para sua filha MARIA JOSÉ LEITE DE MAGALHÃES MOREIRA CAMELLO, que já era senhora da Casa de Vila Nova. Ela faleceu em 1821 e deixou seu filho primogênito como herdeiro universal. JOÃO TEIXEIRA LEITE DE AZEREDO MONTERROIO, sendo senhor da CASA DO RIBEIRO e da QUINTA DO EIRÔ, sentiu-se em condições de escolher livremente o rumo que daria à sua vida. A escolha da sua futura mulher causou desagrado ao seu pai e custou-lhe a perda da Casa de Vila Nova, mas como ele já era senhora das propriedades da mãe, a perda da casa de seu pai não o deixou pobre. No entanto, não se pode negar que o valor da Casa de Vila Nova era (e continua a ser) imensamente superior ao das duas propriedades herdadas por JOÃO TEIXEIRA LEITE DE AZEREDO MONTERROIO.


Pela morte de João em 1852, a CASA DO RIBEIRO passou para o seu filho primogênito, JOÃO TEIXEIRA LEITE DE MAGALHÃES CABRAL, o qual não teve filhos e deixou como herdeira MARIA VICTORIA LEITE DE MAGALHÃES CABRAL, uma sobrinha que ele perfilhara (filha do seu irmão Antonio Teixeira Leite de Queirós, que esteve no Brasil mas voltou e faleceu na Quinta do Eirô em 1886). Maria Victoria morreu sem filhos e a CASA DO RIBEIRO passou para um sobrinho de seu falecido marido Jayme Meireles, que legou a propriedade à sua filha Maria de Lourdes Meireles. Seus descendentes restauraram a casa e a capela.



QUINTA DO EIRÔ em Castelões, Penafiel


A QUINTA DO EIRÔ foi uma propriedade muito antiga da freguesia de Castelões de Recesinhos. Pertenceu aos nossos ancestrais da família Leite desde o século XVII até o século XIX. Foi vendida pelos herdeiros de JOÃO TEIXEIRA LEITE DE AZEREDO MONTERROIO, que ali faleceu em 1852. João viveu nessa propriedade desde o seu casamento em 1836 e nessa casa nasceram seus filhos, inclusive o meu bisavô Bernardo Augusto Teixeira Leite, em 1848.


Com a designação de CASAL DO EIRÔ, a propriedade aparece nos registros mais antigos do Concelho de Penafiel. Um documento datado de 1564 - várias páginas dos Autos de Apegação - cita o Casal do Eirô e os nomes dos seus proprietários, mas infelizmente a caligrafia da época teria que ser decifrada por um criptógrafo. Consegui perceber "Bastião Moreira" em uma das páginas, o que ratificaria o fato dos Moreiras, ancestrais dos Monterroios da Casa de Vila Nova, terem sido os mais antigos moradores de Castelões e proprietários de várias quintas.


Apegação e Vedoria do Casal do Eirô feita em 1564
Apegação e Vedoria do Casal do Eirô feita em 1564

Nossos ancestrais da QUINTA DO EIRÔ:

CAMILA FERREIRA LEITE CABRAL foi a ancestral mais antiga que viveu na QUINTA DO EIRÔ. Era bisavó de JOÃO LEITE CABRAL DE MAGALHÃES E VASCONCELOS. Foi casada em primeiras núpcias com ANTONIO FERNANDES e tiveram 8 filhos entre 1646 e 1658. Ele faleceu na Quinta do Eirô em 1658. Ela casou-se em segundas núpcias em 1660 com Amador de Souza Sanhudo (Ouvidor de Santa Cruz) e foi viver em Ataíde, já que o seu marido era senhor da Casa do Marmoiral. Lá tiveram 3 filhos entre 1660 e 1662. Voltou para Castelões e teve mais 5 filhos entre 1664 e 1670 na sua Quinta do Eirô, e ali faleceu em 1678. (O nome de Camila Ferreira Leite Cabral aparece no post sobre a Origem da Casa do Marmoiral, pelo seu segundo casamento.)


SERAFINA LEITE CABRAL, filha do primeiro casamento de Camila, nasceu na Quinta do Eirô em 1656 e casou-se em 1689 em Castelões com João Pinheiro da Costa. Tiveram seu primeiro filho na freguesia de Real em 1691. Em 1693 já estavam em Caíde de Rei, onde passaram o resto de suas vidas. Seu marido faleceu em 1718 e ela em 1730.


CRISTÓVÃO ANTONIO LEITE CABRAL, filho de Serafina, nasceu em Real em 1691 e foi criado em Caíde de Rei. Em 1738 herdou a metade das casas da Quinta do Eirô que pertenciam à sua tia Antonia Cabral. Casou-se em 1742 com ANTONIA RAFAELA DE MAGALHÃES E VASCONCELOS, da Casa do Paço de Soutelo, e viveram sempre na Quinta do Eirô. Ali tiveram seus filhos e ali faleceram, ele em 1760 e ela em 1779.


JOÃO LEITE CABRAL DE MAGALHÃES E VASCONCELLOS, filho de Cristóvão e Antonia Rafaela, nasceu na Quinta do Eirô em 1742. Tornou-se herdeiro da propriedade em 1760, por morte do seu pai. Ainda solteiro, foi viver na Casa do Ribeiro com seus tios-bisavós Henrique e Ana Maria Baldaya de Magalhães. Casou-se em 1775 e continou a viver na mesma casa. Ali nasceram seus filhos. Em 1794 herdou a Casa do Ribeiro e ali faleceu em 1814. Deixou a Quinta do Eirô e a Casa do Ribeiro em testamento para sua filha Maria José.


MARIA JOSÉ LEITE DE MAGALHÃES MOREIRA CAMELLO, filha herdeira de João Leite Cabral de Magalhães e Vasconcellos, nunca viveu na Quinta do Eirô. Nasceu na Casa do Ribeiro em 1782 e passou para a Casa de Vila Nova em 1811, quando se casou com Bernardo Antonio Julio Teixeira Monterroio, que era o morgado daquela rica propriedade. Faleceu na Casa de Vila Nova em 1821, deixando a Quinta do Eirô e a Casa do Ribeiro para seu filho primogênito João Teixeira Leite de Azeredo Monterroio.


JOÃO TEIXEIRA LEITE DE AZEREDO MONTERROIO nasceu na Casa de Vila Nova em 1812. Desentendeu-se com o seu pai a respeito da escolha de sua futura mulher e acabou sendo deserdado da casa dos seus ancestrais paternos. A Casa de Vila Nova passou para o seu irmão Rodrigo. João casou-se em 1836 com Anna Victória de Queirós, e fez bom uso da sua herança materna. Viveu na Quinta do Eirô e na Casa do Ribeiro com a mulher que escolheu e ali nasceram seus filhos. João faleceu em 1852 na sua Quinta do Eirô, aos 40 anos de idade. Seu filho primogênito herdou a Casa do Ribeiro. A Quinta do Eirô passou para a viúva e os filhos menores. Foi vendida a terceiros, em data incerta. Seu filho Antonio Teixeira Leite de Queirós faleceu no Eirô em 1886, data em que aquela quinta ainda estaria na posse da família.


Infelizmente, da antiga QUINTA DO EIRÔ restam apenas os alicerces e as paredes de pedra, a indicar que foi uma propriedade sólida e confortável.



A FAMÍLIA DE JOÃO TEIXEIRA LEITE E ANNA VICTORIA DE QUEIRÓS


1836 - Casamento de João e Anna Victoria
1836 - Casamento de João e Anna Victoria

João e Anna Victoria casaram-se em maio de 1836 e começaram sua vida de casados na Quinta do Eirô. Em 1839 encontravam-se na Casa do Ribeiro e ali permaneceram pelo menos até 1841. Em 1848 estavam de volta ao Eirô e ali permaneceram até a morte dele em 1852. Tiveram 6 filhos:


1 - JOÃO TEIXEIRA LEITE DE MAGALHÃES CABRAL nasceu em setembro de 1837 na Quinta do Eirô. Adotou os apelidos Magalhães e Cabral do seu bisavô herdeiro da Casa do Ribeiro (João Leite Cabral de Magalhães e Vasconcellos). Sendo filho primogênito, foi herdeiro da Casa do Ribeiro. Casou-se, separou-se, não teve filhos. Ao contrário de seus irmãos imigrantes, ele permaneceu sempre em Portugal. Viveu com a mãe viúva na Casa do Ribeiro e na Casa das Japoneiras no lugar da Feira de Vila Meã. Ainda vivia em 1904. Perfilhou sua sobrinha (filha natural do irmão Antonio) e fez dela sua herdeira: Maria Vitória Leite de Magalhães Cabral herdou a Casa do Ribeiro.


2 - MARIA AUGUSTA TEIXEIRA LEITE nasceu em 1839 na Casa do Ribeiro. Foi afilhada de seu tio paterno Rodrigo Augusto Monterroio e sua mulher Ana de Lencastre, da Casa de Vila Nova, e passou grande parte da sua infancia naquela casa. Casou em 1864 com Afonso Augusto Cardoso Brochado, da Casa do Marmoiral, onde faleceu em 1921. Foi a única que teve geração em Portugal. (Ver os dois posts que tratam da Casa do Marmoiral.)


3 - GASPAR TEIXEIRA LEITE DE QUEIRÓS (nome que consta no seu passaporte) nasceu em 1841 na Casa do Ribeiro. Foi afilhado de seus tios paternos Bento Teixeira Leite e Joaquina Umbelina Teixeira Leite, da Casa de Vila Nova. Emigrou para o Brasil em 1863 aos 22 anos, junto com os irmãos Bernardo e Antonio. Moravam na Casa do Ribeiro naquela data. Tinha olhos azuis e media 1,72m (era um homem alto para a sua época). Radicou-se em Recife, onde já viviam seus primos Antonio Pedro e José Alvares de Souza Soares. Casou-se, mas não teve filhos. Faleceu em Recife, em data ignorada.


4 - BERNARDO AUGUSTO TEIXEIRA LEITE DE QUEIRÓS (nome que consta no seu passaporte) nasceu em 1848 na Quinta do Eirô. Foi afilhado de seu tio paterno Rodrigo Augusto Monterroio e sua mulher Ana de Lencastre, da Casa de Vila Nova.


Bernardo Teixeira Leite
Bernardo Teixeira Leite
















1848 - Batismo de Bernardo
1848 - Batismo de Bernardo

Meu bisavô Bernardo morava na Casa do Ribeiro antes de emigrar para o Brasil em 1863, aos 15 anos de idade. Viajou junto com seus irmãos Gaspar e Antonio. Radicaram-se em Recife, onde viviam seus primos Antonio Pedro e José Alvares de Souza Soares. Em 1872, casou-se na Capela do Hospital Português com sua prima LUCRÉCIA DE QUEIRÓS SOARES, que chegara ao Brasil em 1867, junto com seu irmão Gonçalo Teixeira Leite de Queirós e alguns irmãos dela. Tiveram 6 filhos, sendo que uma faleceu pequena (Corina) e outra faleceu solteira (Maria da Glória). Os outros 4 deram origem às famílias Leite Villela (Augusta), Leite Goulart (Amina), Leite de Souza Soares (Rosina), e Quadrado Leite (Eurico). Em 1890, mudou-se com a família para Pelotas, foi Administrador do Parque Souza Soares do seu cunhado José Alvares de Souza Soares e viveu com sua família na casa destinada ao Administrador. Em 1896, aos 48 anos, faleceu de tísica pulmonar, numa outra casa da Vila do Prado, vizinha ao Parque Souza Soares. Faleceu pobre. Sua família teria passado tremendas dificuldades, se não fosse o casamento da sua filha Augusta com o comerciante Julio Villela, que levou a sogra e as cunhadas para viverem com o casal no centro da cidade de Pelotas. Sua filha Rosina (minha avó) casou-se com seu primo Miguel Alvares de Souza Soares, contra a vontade do pai dele (tio dela), José Alvares de Souza Soares, que não aprovava casamentos consanguíneos (embora ele mesmo tenha se casado em segundas núpcias com uma prima...)


5 - ANTONIO TEIXEIRA LEITE DE QUEIRÓS (nome que consta no seu passaporte) nasceu em 1849 na Quinta do Eirô. Foi afilhado do Padre Antonio da Cunha Correia Montenegro, Abade de Castelões, e de sua tia paterna Joaquina Umbelina Teixeira Leite, p/p de sua irmã Maria Ernestina, da Casa de Vila Nova. Emigrou para o Brasil em 1863 aos 14 anos, junto com os irmãos Gaspar e Bernardo. Moravam na Casa do Ribeiro naquela altura. Voltou para Portugal em data desconhecida. Em 1870 voltou para o Brasil e reuniu-se com os irmãos em Recife, após o falecimento do seu irmão Gonçalo. Retornou a Portugal em data desconhecida e faleceu na Quinta do Eirô em 1886. Sua filha natural, MARIA VITÓRIA LEITE DE MAGALHÃES CABRAL, viveu sempre com a avó e o tio João, que a perfilhou. Foi herdeira desse tio na Casa do Ribeiro em Oliveira, e na Casa das Japoneiras em Vila Meã. Maria Vitória casou-se com Jayme Meireles Coelho, tiveram cinco filhos, mas nenhum sobreviveu. Seus bens ficaram para um sobrinho do marido, que legou a Casa do Ribeiro à sua filha Maria de Lourdes Meireles e a Casa das Japoneiras aos seus netos. Na última vez que visitei as ruínas da Casa do Ribeiro, estavam começando a fazer uma obra de restauro e hoje a casa já está muito bem restaurada (postei fotos no Blog relativo a esta casa). A casa do Largo da Feira de Vila Meã continua em estado de semi-abandono.


6 - GONÇALO TEIXEIRA LEITE DE QUEIRÓS (nome que consta no seu passaporte) nasceu em 1851 na Quinta do Eirô. Foi afilhado dos tios maternos Gonçalo Tomás de Queirós (Abade de Canaveses) e Delfina Emília, da Casa da Botica. Emigrou para o Brasil em 1867 aos 16 anos, junto com as primas Lucrécia e Ana do Carmo, quando seu primo Antonio Pedro de Souza Soares foi buscar essas suas irmãs. Faleceu solteiro em Recife em abril de 1880, aos 29 anos. Num anúncio do Diário de Pernambuco, seus irmãos Gaspar e Bernardo convidam para a missa de 7º dia. Antonio encontrava-se em Portugal naquela altura.


João Teixeira Leite faleceu aos 40 anos em 1852, na sua Quinta do Eirô, em Castelões. Foi sepultado no cemitério de Oliveira, como senhor que era da Casa do Ribeiro. Anna Victoria de Queirós viveu mais de metade de sua vida como viúva. Faleceu aos 80 anos em 1891, na sua casa de Vila Meã. Foi sepultada no cemitério de Oliveira junto ao marido.


A família TEIXEIRA LEITE teve origem na Quinta do Eirô e na Casa do Ribeiro, com os filhos de João Teixeira Leite e Anna Victoria de Queirós, e frutificou em Portugal e no Brasil, com a descendência de dois desses filhos:


- MARIA AUGUSTA e seu marido AFONSO CARDOSO BROCHADO foram ancestrais das famílias TEIXEIRA LEITE BROCHADO da Casa do Marmoiral, BROCHADO DE SOUZA SOARES da Casa de Santa Cruz, e MONTERROIO CARDOSO BROCHADO da Casa de Ambrães.


- BERNARDO AUGUSTO e sua mulher e prima LUCRÉCIA DE QUEIRÓS SOARES foram ancestrais dos LEITE VILLELA do Rio de Janeiro, dos LEITE GOULART de Pinheiro Machado, dos LEITE DE SOUZA SOARES de Pelotas, e dos QUADRADO LEITE de Porto Alegre.


O apelido TEIXEIRA LEITE está extinto. Sobreviveu como LEITE apenas no Brasil, na estirpe de EURICO SOARES LEITE, único filho varão do meu bisavô Bernardo Augusto. FERNANDO QUADRADO LEITE, filho de Eurico, casou-se em Porto Alegre e teve dois filhos, ANDERSON DA COSTA LEITE e ARTUR DA COSTA LEITE, ambos já casados e com filhos. Ignoro detalhes da descendência desses primos. Sei apenas que viviam em Brasília.


___________


TESTAMENTO DE HENRIQUE E ANNA MARIA BALDAYA


pelo qual a CASA DO RIBEIRO foi legada a ANTONIA RAFAELA DE MAGALHÃES E VASCONCELOS e seu filho JOÃO







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